A MENINA QUE ROUBAVA LIVROS


Livro: A MENINA QUE ROUBAVA LIVROS

Autor: Markus Zusak

Editora: Intrínseca – Ano: 2010; 2ª edição

 

 

            Tenho lido muitos livros sobre a Segunda Guerra Mundial, abordando muitas histórias devastadoras sobre o nazismo. Geralmente, são livros que trazem as histórias reais de sobreviventes do holocausto (judeus, principalmente).

            Este livro, porém, aborda a questão sob a óptica de uma personagem, no mínimo, inusitada: a morte. É ela quem conta a história de uma menina chamada Liesel Meminger. Filha de comunistas, que junto com seu irmão menor, é levada pela mãe para adoção, em troca de dinheiro. Na realidade, o intuito da mãe de Liesel era o de proteger os filhos da perseguição nazista, daí a decisão de entregá-los a uma nova família.

O local da nova moradia é na própria Alemanha, numa cidade de nome Molching. Os pais adotivos, pobres e pouco letrados, são os alemães Hans e Rosa Hubermann. Ao contrário da maioria esmagadora de seus compatriotas, eles não apóiam Hitler, embora não o possam afirmar de público, dados os riscos a que se submeteriam.

            A narradora da história, a morte, conta que teve três encontros com Liesel, e tendo ficado muito impressionada com as peripécias da menina, resolveu contar a história dela.

A partir dessa ideia, desenrola-se a obra de Markus Zusak.

Convém notar que o drama central da obra gira em torno da inocência de uma criança de 10 anos, que, a princípio, desconhece o real motivo de ter tido sua vida tão modificada. E, diante desses novos rumos, a menina encontra nos livros (que ela rouba) um sentido para sua existência.

            Também, aos poucos, a menina vai criando laços com seus pais adotivos, com os vizinhos e com a nova cidade, o que igualmente lhe evoca sentimentos positivos. Nesse âmbito, ela conhece Rudy Steiner, que se torna seu melhor amigo, a mulher do prefeito da cidade, que passa a deixá-la, furtivamente, visitar sua biblioteca, e, finalmente, Max Vandenburg, um judeu foragido do regime que passa a habitar seu porão com o apoio de Hans e Rosa Hubermann.

            Com o surgimento de Max, ela acaba descobrindo o estado de guerra em que todos estão imersos e o significado disso na sua vida e na de todos que a rodeiam.

            O livro é uma obra de ficção, mas nem por isso menos dotada das nuances de uma realidade que de fato se impôs nos anos 1939 – 1945.

            Ressalto que, embora as 478 páginas do livro, os capítulos são curtos, o que facilita bastante a fluidez da leitura. Por outro lado, importa frisar que a cronologia dos fatos narrados não está sempre em ordem de acontecimentos, o que exige do leitor um pouco mais de atenção, a fim de que não se perca na compreensão da história.

            A Menina Que Roubava Livros é daquelas obras arrebatadoras, disso não se tenham dúvidas. A sua leitura vale cada segundo nela empregado.

            Outro detalhe, é que devido ao sucesso dessa obra foi feita adaptação do livro para filme, de mesmo nome. Mas, ao filme não assisti. Creio, porém, que deva manter a boa qualidade do livro, dado que a história por si mesma é bem interessante.

            Dito tudo isto, te recomendo fortemente a leitura de A Menina Que Roubava Livros, porque garanto que vais te enternecer com esse livro, da mesma forma que eu me enterneci.

                                                   Boa leitura!

 

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