EM BUSCA DE SENTIDO


 

Livro: Em Busca de Sentido

Autor: Viktor E. Frankl

Editora: Vozes / Sinodal; 42ª Edição, 2017

 

            Em Busca de Sentido é um livro notável. Traz em seu bojo a história pessoal de seu autor, o Dr. Viktor Emil Frankl, renomado psiquiatra austríaco, criador da Logoterapia, que durante a Segunda Guerra Mundial foi prisioneiro nos campos de concentração nazistas.

            O livro vem dividido em duas partes distintas, mas que se completam. Numa primeira fase, sua narrativa reporta aos dias dentro dos campos de concentração, destacadamente em Auschwitz, onde ele conta em detalhes as rotinas de sofrimento e tortura porque passava. Os relatos são fortes, crus, reais. O leitor quase pode sentir a dor de Frankl durante suas narrativas. Por outro lado, os caminhos psicológicos, emocionais e espirituais que dão suporte a ele na terrível experiência que viveu durante a guerra são perceptíveis ao leitor, que não tem como não ser tocado pela jornada de Frankl. A lembrança de sua família, as paisagens que ele via durante o trabalho forçado no campo, as conversas com outros prisioneiros, tudo isto o levou a pensar que deveria haver um sentido em todo aquele sofrimento. E a busca por esse sentido se torna uma ideia muito forte para o autor, tanto enquanto estava no campo, como após o fim da guerra. Surge, então, a Logoterapia, sobre a qual o autor nos conta na segunda parte do livro.

            Neste momento da narração, o Dr. Viktor Frankl aborda aquilo que ele denominou de Logoterapia, que se funda na ideia de que o ser humano precisa de um sentido para viver, e, mais que isso, precisa da vontade de sentido, isto é, precisa querer buscar o seu sentido, precisa querer encontrá-lo, o que é uma busca personalíssima, ninguém a sugere a você, ninguém a impõe a você. Você a encontra, a reconhece sozinho. E esta descoberta é capaz de lhe demonstrar que a vida tem um propósito maior do que apenas estar vivo. Esse sentido pode ser o amor a uma causa nobre, uma profissão, a dedicação a outra pessoa, enfim, há infinitas possibilidades.

            Dentro dessa perspectiva, o autor interliga as duas partes do livro numa espécie de “validação” do que viveu, a partir de uma visão existencialista como a que ele propõe na sua teoria da necessidade de busca de sentido, traduzida na Logoterapia.

Interessante ressaltar, que apesar de trazer, também, uma abordagem terapêutica, o livro é escrito de forma bastante simples e direta, de tal forma que um leigo na área de saúde mental (que também sou) poderá aproveitar a leitura e compreender todos os enfoques dados ao assunto nele contido.

            Não deixe de ler Em Busca de Sentido!

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